Humilde tributo a profissionais de lar

Tratam dos idosos com carinho
do amor são sentido apanágio
hoje escrevo no meu cantinho
a heróis em tempo de contágio

Hoje escrevo às minhas gentes que sete dias por semana, dia e noite cuidam de quem outrora no tempo já de nós cuidou e nos criou

Tenho o privilégio de ser merecedor de amizade de todas estas heroínas e um herói que incansavelmente desenvolvem a sua actividade profissional no lar de São José da Lamarosa / Coruche, a todas conheço e por todas sempre sou recebido de sorriso nos lábios. Dizem-me que o seu maior receio é de alguma forma poderem levar do exterior o contágio para os seus idosos que cuidam com todo o profissionalismo e carinho

Na graça de Deus até ao presente zero contágios em utentes e em quem deles cuida, os cuidados de prevenção, são rigorosamente cumpridos por todos, visitas ao lar apenas um familiar por semana e sem contacto físico com o seu idoso amado, matam saudade e acarinham-se com contacto visual, mas com distância sem se tocarem

Idosos que não acamados e com alguma robustez física desejam ardentemente voltar a sair de entre paredes para as suas tão aprazíveis caminhadas pela sua amada aldeia

Já são muitos os dias em isolamento no lar, mas sem por isso de modo algum actividades lúdicas faltarem. Não passam os seus dias à espera que o sol do dia dê lugar à noite, todos os dias existe actividade que lhes proporciona prazer, convívio e sorrir ao coração minorando ao máximo possível o agreste cinzento do presente dos nossos dias

Um lar jamais poderá dia algum ser sinónimo de “depósito” de idosos e estes profissionais aliam a necessidade de actividade profissional de onde colhem o seu sustento ao prazer e amor que nutrem por cada um dos seus idosos. Vive-se no lar em ambiente familiar e o constante receio de possivel contágio vive com extrema responsabilidade em cada um destes profissionais que nem a própria direcção do lar contacta no interior com os idosos

Pedimos a Deus para que logo, logo todos por todo o mundo possamos voltar à normalidade da dádiva do nosso viver e sentidamente lhe agradecemos pelo bem estar dos nossos que ao dia de hoje não conhecem na sua vida o atroz que já tantas vidas levou

Um humilde tributo a quem de sorriso nos lábios “esquece” a sua própria vida e cuida com sentido amor de rostos enrugados, de gentes a quem tanto devemos e nos enchem de orgulho

Um abraço Amigo

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